quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Fênix


Ressurgir, regurgitar, renascer, redescobrir... ações e verbos que trazem de volta aquilo que fomos, que engolimos, que morremos em nós mesmos e a esperança do reencontro do eu comigo mesmo.
Como diria Álvaro de Campos: "EU QUE ME AGUENTE COMIGO E COM OS COMIGOS DE MIM!".
Tentar recuperar o que se perdeu, buscar os sonhos como se o espaço entre as próprias mãos captassem a energia dos sonhos deixados de lado, mas com a capacidade de filtro de sonhos indígena, cujas fibras fossem fortes o suficiente para jamais deixar escapar aquilo que acreditamos e que nos disseram que era bobeira.
Sonhos, mesmo que fossem os de Ícaro, são reais.
Não existe um intervalo entre o sonhar e o acordar, é apenas uma transição. Ou melhor, um estado de espírito. Apenas no intervalo entre eles é que percebemos que existimos, que estamos vivos, naquele momento em que nossos travesseiros acalentam os sonhos que correremos atrás ao acordarmos.
E é nesse momento que me encontro agora, desperto sonambulando entre teclas e tela, entre palavras e sons mudos, entre eu e o que busco não saber quem sou.
Desejo de voar por entre o filtro de sonhos que está próximo a mim, pendurado, quase balançando com o vento que eu mesmo sopro e na esperança de que as 03 penas que estão nele penduradas sejam de uma fênix que o deixou cair em alguma noite passada enquanto um outro eu na forma de alguém também tentava ressurgir, regurgitar, renascer e redescobrir.