terça-feira, 23 de junho de 2009

A tua cor

A tua cor não é a que todos vêem, mas a que eu sinto.
Sinto o verde atravessando minha luz e transformando em sombra tudo aquilo que vejo em ti e em mim.
Sinto um loiro que vai e vem e nasce e morre e some e ressurge acima das tuas idéias e me faz pensar em ti quando estou inconsciente.
Sinto o vermelho que pulsa em ti a cada segundo renovando as esperanças de cada segundo que está por vir.
Sinto as cores que ninguém vê e que me cegam e me fazem tatear cada movimento teu, cada movimento do teu ar que sussurra aonde quer que você vá.
Sinto as palavras sem cor que como um pincel tingem em mim as nuances da tua voz escrita.
O que sinto, o que vejo, o que sussurra, o que toca em mim...puras mentiras verdadeiras da tua inconstância permanente que eu duvido talvez não saber.
Quero a verdade colorida em preto e branco descolorindo os erros do passado.
Quero ser trouxa, besta, mula, cão e o inverso de tudo isso ao contrário.
Quero teus sonhos e teu sonho medicados por mim em um futuro duvidoso com a certeza do presente que já não sei.
Estudo e fumo e não respiro os beijos não dados que salivam em minha memória.
Tabaco, tabasco, taverna, caverna, cheiros, aromas, odores, arroz com feijão e lenha no fogão.
Tudo é cheiro e sabor que me afastam de ti só para tentar me aproximar de mim mesmo encontrando quem balança dos dois lados.
Lua, luna, luma, numa viagem aqui onde você sempre está.
A tua cor... apenas sensações.