quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Tempo e respiros


Muitas vezes algo ou alguém nos inspira a criar.
Criar é ser ativo no modo prático do pensar. Pensar é ler aquilo que queremos fazer. Fazer é o resultado do criar.
Tudo gira em cima do mesmo e quando vamos em uma direção podemos voltar ao ponto de partida. e é aí que perguntamos: Por quê fui tão longe para chegar aqui? E voltamos tudo de novo.
Sinto-me como um ioiô, que busca o início do que o leva ao fim. Mas que sempre segue uma linha, uma forma de ir e vir, embora muitas vezes seja necessário alguma inovação no movimento para se chegar até o ponto perfeito do fazer.
E qual o motivo de tudo isso? Sonhos, idéias, tudo aquilo que desejamos conquistar, não importa se é algo ou alguém, mas sim nós mesmos em outras formas.
Notei que o que me leva em frente não é a razão.
É sempre alguém. Mesmo que esse alguém não esteja aqui, mesmo que esse alguém seja um alguém que só exista no papel e que vai tomar forma no meu próprio corpo para ser uma cena, mesmo que esse alguém seja quem eu quero ao meu lado e pode estar mais distante do que imagino neste momento.
Daí surgem as mudanças mudando esses "alguéns" e eu mudo de novo, mas continuo o mesmo.
Noites em claro, pensamentos, idéias, sonhos e mais mudanças.
Será que continuo o mesmo em cada transição? Será que mudo e não mudo nada ou é exatamente esse o caminho para me encontrar?
Pressa, ansiedade (de novo a ansiedade), brincar de ser "gente grande" em uma alma lúdica, silêncio total em meio ao barulho ensurdecedor da capacidade de não ouvir nada. Ouvir meu silêncio que não se cala entre e acima das minhas orelhas.
Inspirações em pensamentos vagos, confusão mental, cinestesia virtual e imaginária do que quero sentir através de imagens, memórias e pensamentos.
Esperas, tempos, paciência, respiração ofegante, paz.
Que vontade de rir de minha insana loucura presente entre o que sou, o que quero, o que posso e o não.
Encontrar um sentido no que não tem sentido.
Quero ser e isso não tem fórmula. E minha fórmula é essa... não ser apenas uma reação química a mais vagando pelas ruas. Quero ser o ar, quero a respiração dos amantes, o sussuro do bom dia, a raiva controlada do ato obsceno do pensar.
Quero a mim, só isso.

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