sábado, 16 de fevereiro de 2008

Visceralidade







Não sei ser metade. Sou apenas e exatamente aquilo que penso, sinto e quero.

A impulsividade me faz ir adiante, correndo os mesmos riscos que corri desde que nasci. Ou encerro-me em mim mesmo ou vôo em frente.


Plagiando um amigo ao discutirmos "Ícaro", ele me disse algo profundo: "Voar é dádiva e maldição".




Parece que a Terra me aterra e sinto o peso dos meus pensamentos afundando lentamente. Uma sinapse visceral, onde um axônio passa completo para o dendrito de outro neurônio, mas jamais será capaz de vencer o espaço entre eles.




Ansiedade, medo, insegurança, certeza. Tantas sensações juntas que afloraram dentro de mim. Acho que talvez precisasse desse vendaval que chegou no dia 06 de fevereiro. Voltar no tempo, sentir o sentir novamente, querer ir em frente e ter que pisar no freio. E aí volta a questão de ser inteiro ou ser metade (o que não sei ser).




Reconstruir castelos de areia, sonhar acordado, pintar uma tela com os próprios dedos manchados com minhas dores e meus amores. Ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar. Ser os verbos de ligação que me ligarão a mim mesmo, a um outro eu e eu sendo outro onde no outro eu talvez nem exista.

Um pouco daqui e mais ainda Dalí, sem querer ser o próprio Salvador, mas talvez Pessoa em cujas pessoas se criaram com suas próprias histórias, com começo meio e fim. Um carneiro sem a carne, grrrrrrrrrrr, senta aqui ao meu lado.

"Vem, senta aqui ao meu lado e deixa o mundo girar. Jamais seremos tão jovens!"





























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